Síntese de Formação de Professores e Diversidade Cultural



A escritora Ana Canen em Formação de professores e diversidade cultural irá trazer a evidência que as práticas pedagógicas – curriculares empregadas atualmente excluem aqueles cujos padrões culturais não coincidem com os preconizados pelo sistema escolar e que isso reproduz a desigualdade sócio-cultural ao passo que marginaliza os que não pertencem ao status quo, e, por isso, logo, mantém tal hierarquia.
Por causa disso a autora diz que esse método pedagógico considerado neutro pelas instituições, não o é. Pois, segundo ela e os estudiosos citados em seu texto, não há uma uniformidade cultural sobre qual a escola se assente, à vista que no cotidiano isso não existe por existir diversidades de gênero, de cultura, de raça e de classes sociais e que, cada uma delas, recebe um tratamento diferenciado. Logo, ao tornar um único padrão como modelo se está privilegiando apenas um setor como correto e, por isso, fugindo da realidade.
Diante disso, a autora defende que a formação de novas gerações destituídas de preconceitos, somente se torna possível através do reconhecimento da pluralidade étnico-cultural como um enriquecimento e não como uma deficiência para a sociedade que deve ser ignorada. Portanto todas deveriam ter o seu valor reconhecido quando junta as outras.
No entanto, o processo de globalização não tem se alinhado a essa forma de pensar, pois, ele tem sido percebido como ameaçador às identidades culturais de grupos não detentores do poder econômico-social. Devido a isso a escritora diz que estudos sobre educação multicultural estão sendo privilegiados recentemente para que a educação tenha como objetivo a transformação de uma sociedade hierarquizada culturalmente para uma em que a diversidade cultural é entendida como algo de muito valor e não como um mal a ser extirpado.
Para que isso aconteça é necessário mudar as competências técnicas a serem desenvolvida no curso de formações de professores a fim de que o profissional esteja apto a lidar com a diversidade cultural de seus alunos e possa maximizar o potencial deles, e não só, como acontece, os que o seu padrão cultural coincide com o oficial predominante.
Todavia, apesar de muitos intelectuais reconhecerem tal situação, mesmo com visões diferentes (a-crítica; trancultural, programa universal; assimilacionista, educação compensatória; radical, mudar o sistema todo; postura intercultural, integração cultural no sistema que aí está) eles não são unânimes nas estratégias e formas para atingi-los.
Porém, Ana Canem, traz autores que buscaram sistematizar as abordagens de programas de formação docente com relação à educação multicultural. Elas são expostas em níveis de alcance, as básicas identificadas são: cativeiro etnocêntrico (mínimos contatos com minorias étnicas); multiculturalismo “ad hoc” (possui iniciativas isoladas para tal perspectiva); multiculturalismo curricular (amplamente impregnado por tais preocupações, embora sem impacto na instituição); multiculturalismo político (políticas a nível institucional); multiculturalismo institucional (multiculturalismo curricular e político com a representatividade de minorias étnico-culturais) e multiculturalismo total (total compromisso para tal). Em seguida a autora traz cinco perspectivas básicas decorrente desses programas.
A escritora conclui o seu trabalho declarando que para acabar com o monoculturalismo artificial empregado nos conteúdos curriculares e em suas metodologias é necessário que essas revisões citadas sejam empregadas para que se possa vislumbrar a educação de futuras gerações que vivenciem a tolerância e a justiça social.

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